Fomos chamados à santificação, não existe perfeição nesta terra.
Não Existe Perfeição Nesta Terra
Introdução:
Após sobreviver ao dilúvio e receber a promessa de Deus, poderíamos esperar um final feliz e perfeito. No entanto, a própria história de Noé continua com um episódio difícil, nos lembrando de uma verdade importante: enquanto estivermos nesta terra, a perfeição plena não será alcançada.
Leitura Bíblica: Gênesis 9:20-27
²⁰ Sendo Noé agricultor, passou a plantar uma vinha.
²¹ Bebendo do vinho, embriagou-se e ficou nu dentro de sua tenda.
²² Cam, pai de Canaã, vendo a nudez do pai, foi contar isso aos seus dois irmãos, que estavam do lado de fora.
²³ Então Sem e Jafé pegaram uma capa, puseram-na sobre os seus próprios ombros e, andando de costas e com os rostos desviados, cobriram a nudez do pai, sem que a vissem.
²⁴ Quando Noé despertou do seu vinho, soube o que o filho mais moço havia feito.
²⁵ Então disse: "Maldito seja Canaã; seja servo dos servos para os seus irmãos."
²⁶ E continuou: "Bendito seja o Senhor, Deus de Sem; e Canaã lhe seja servo.
²⁷ Que Deus engrandeça Jafé, e que ele habite nas tendas de Sem; e Canaã lhe seja servo."
Gênesis 9:20-27
7.1 A Queda Pós-Dilúvio: O Incidente de Noé e a Persistência do Pecado
Surpreendentemente, logo após o recomeço, a Bíblia relata um incidente em que Noé se embriaga e uma situação vergonhosa ocorre envolvendo seu filho Cam (Gênesis 9:20-27). Isso mostra de forma clara que nem mesmo o homem "justo e íntegro", que sobreviveu ao dilúvio, estava imune a falhas e ao pecado. A natureza humana, com suas fraquezas e tendências erradas, persistiu mesmo após a purificação das águas. O dilúvio limpou a terra, mas não removeu a inclinação para o erro do coração humano. A luta continua.
7.2 A Natureza Humana Caída: Por Que a Necessidade de Salvação Continua Após o Livramento?
O episódio com Noé ilustra uma doutrina central na fé: a de que a natureza humana é "caída", ou seja, inclinada ao erro e separada de Deus por causa do pecado. Por isso, mesmo após grandes livramentos ou bênçãos, a necessidade de perdão, graça e salvação contínua permanece. Não basta ser "salvo" uma vez; é preciso uma dependência constante da ajuda divina para viver de forma correta. A história pós-dilúvio confirma que a solução definitiva para o problema do pecado não seria apenas externa, mas precisaria alcançar o interior do ser humano.
7.3 A Misericórdia Divina é Diária: Vivendo da Graça e Não da Perfeição Própria
Este cenário nos ensina sobre nossa própria condição. Não podemos confiar em nossa própria capacidade de sermos perfeitos. Precisamos reconhecer nossa dependência da misericórdia e da graça de Deus todos os dias (Lamentações 3.22,23). A graça é o favor divino que não merecemos. Viver da graça significa aceitar o perdão de Deus quando falhamos, levantar e continuar tentando, em vez de desanimar ou tentar alcançar um padrão inatingível por esforço próprio. É um convite à humildade e à confiança contínua em Deus.
7.4 O Perigo do Julgamento: "Não Julgueis Para Não Serdes Julgados"
Saber que todos somos falhos, como Noé foi, deve nos tornar mais compreensivos e menos inclinados a julgar duramente os outros. Jesus advertiu severamente contra a hipocrisia de apontar os erros alheios enquanto ignoramos os nossos (Mateus 7:1-5). Reconhecer nossa própria imperfeição e necessidade de sua graça nos ajuda a oferecer essa mesma graça aos outros. Em vez de condenar, somos chamados a ajudar, restaurar e perdoar, lembrando que todos estamos na mesma jornada de luta contra nossas fraquezas, necessitando igualmente da compaixão divina.
7.5 A Esperança da Perfeição Celestial: Nossa Morada Temporária e a Busca Pela Santidade
Se a perfeição não é alcançável aqui na Terra, a fé oferece uma esperança futura. A Bíblia fala do céu como um lugar onde não haverá mais pecado, dor ou imperfeição (Apocalipse 21:4,27). Nossa vida aqui é vista como uma jornada temporária, uma preparação. Embora não atinjamos a perfeição aqui, somos chamados a buscar a santidade – um processo contínuo de crescimento, aprendizado e transformação, nos tornando mais parecidos com o caráter de Deus, com os olhos fixos na esperança da perfeição que nos aguarda na eternidade.
Conclusão:
Reconhecer nossa imperfeição aqui na Terra não é motivo para desânimo, mas para buscarmos a graça divina e a esperança futura. Isso nos leva ao último passo: como podemos nos comprometer firmemente com esse caminho de salvação e perseverar nele? Em nosso próximo encontro, estudaremos o último assunto dessa sequencia maravilhosa.